Como surgiu os Gaviões da Fiel
Gaviões da Fiel: Uma História escrita por mais de 90 mil mãos.
O ano é 1969. A ditadura militar reprime, prende e assassina sem piedade. Nas ruas, os estudantes pedem o fim do regime de opressão. Clamam por anistia ampla e geral. O medo é total. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição; de morrer pela pátria e viver sem razão. Quase tudo é proibido.
O ano é 1969. Surge o Mobral e a Rodovia Transamazônica. As grandes obras faraônicas vão sendo construídas e ao mesmo tempo calando a voz do povo.
O ano é 1969. A Seleção Brasileira de Futebol consegue uma vaga para a Copa do México e Pelé comemora os seus mil gols.
O ano é 1969. São Paulo, Capital. Alguns jovens corinthianos resolvem fundar aquilo que viria a ser mais tarde a maior Torcida Organizada do Brasil: OS GAVIÕES DA FIEL. Mas por que isso? A resposta já estava pronta, para por fim na ditadura que também predominava no CORINTHIANS.
E o motor gerador desses jovens era a paixão pelas coisas do TIMÃO. Mas tudo começou mesmo lá pelos anos de 1965. Eles já não aguentavam mais tanto pouco caso. Tanto desrespeito e falta de competência. Era chegada a hora.
Uma reunião aqui, outra ali e o grupo ia crescendo, dando origem ao Movimento Revolução Corinthiana. Muitas foram as pessoas que os ajudaram. No início não havia local para fazer reuniões. Um dia na casa de um. Outro dia no consultório de um corinthiano amigo. Sendo que alguns dias as reuniões se davam numa praça ou em alguma rua da capital.
O ideal daqueles jovens ia se tornando realidade. A amizade já se tornara fraternidade. Tudo era discutido e decidido em grupo. A finalidade era de colaborar com a vida do clube, não só incentivando o time mas também, participando efetivamente da vida política administrativa do Sport Club Corinthians Paulista.
Logo no início ficou claro que esses jovens possuíam uma visão questionadora e participativa. Os líderes começaram a surgir de maneira muito natural. Havia o "cabeça pensante", aquilo que costumamos chamar de intelectual do grupo. E também aquele que punha a cara e saía na frente. O chamado "guerreiro valente". Portanto, os GAVIÕES DA FIEL, desde seu início já possuía em sua raiz o pensador e o prático. E foi da união dessa teoria e prática que ela se estruturou e se agigantou. Hoje são milhares de Corinthianos, vestidos de GAVIÕES. É a maior torcida organizada do país. Mas para chegar aonde chegou foi preciso muitas lutas. Batalhas intermináveis. Mas sempre com seu objetivo principal: o CORINTHIANS.
O tempo foi passando e a história foi registrando que quando se fala em torcida corinthiana pensa em GAVIÕES DA FIEL , aquela que lidera os espetáculos nos estádios e no Carnaval (...). Graças a soma dessas duas atividades, as vitórias foram surgindo automaticamente. Hoje os GAVIÕES divide os primeiros lugares no Carnaval de São Paulo, com as maiores escolas de samba do Grupo Especial. Só não é líder isolada porque o medo dos adversários é maior. Os GAVIÕES nasceram não para competir, e sim para disputar e vencer. Ser GAVIÃO é isso aí: ser ou não ser o primeiro.
Em outubro de 1974, outra vitória: a conquista da sede social. Local designado para aqueles que sabem que a vida é a arte do encontro. E o encontro maior é quando milhares de GAVIÕES se reúnem para falar do CORINTHIANS. A razão maior da existência dos GAVIÕES DA FIEL.
Quarenta e dois anos se passaram e ela continua cada dia mais atuante, mais cheia de vida e com perspectiva de um futuro ainda melhor.
Passadas quatro décadas só resta agradecer à todos que ajudaram a escrever a história da maior e melhor Torcida Organizada do país: os GAVIÕES DA FIEL.
Texto escrito por Roberto Daga – sócio fundador nº 03